Lista de aves do município de Jundiaí

Visando auxiliar a identificação de espécies encontradas em nossa cidade, nós, do GOAJ compilamos uma lista com todas as aves já registradas no município de Jundiaí, SP. 

Para a composição desta lista, utilizamos levantamentos feitos na Serra do Japi (FIGUEIREDO, 1989; SILVA, 1992; PIVATTO, 2008; SANTOS, 2008), áreas urbanizadas (PEREIRA, SOUZA e BONANÇA, 2010; BONANÇA e BEIG, 2010), e registros do WikiAves (acesso 03/11/10).

A classificação das espécies seguiu os parâmetros do CBRO 2010, e totalizou 297 espécies, divididas em 59 famílias e 23 ordens, até o dia desta publicação.

Nossa lista pode ser baixada CLICANDO AQUI.

Novos registros no município podem acontecer e enriquecer cada vez mais a lista. Agradecemos e contamos com a ajuda de todos que tiverem outras informações (trabalhos, novas espécies encontradas, correções), afinal, uma outra função da listagem é unir esforços para que a informação da nossa fauna municipal seja divulgada e preservada.

Avifauna de Três Parques de Jundiaí

Um dos trabalhos do GOAJ é o levantamento da Avifauna em três “parques urbanos” do município de Jundiaí, SP: A) Parque do Trabalhador (Corrupira); B) Parque da Cidade; C) Jardim Botânico. Nossa intenção é demonstrar que podemos observar uma grande variedade de espécies de aves mesmo em áreas urbanizadas, mais acessíveis a comunidade em geral.

Localização dos Parques estudados (imagem: GoogleEarth)

Este trabalho teve início em 2008 e quando completou um ano, contávamos com 121 espécies identificadas, então organizamos uma lista e escrevemos um artigo científico. Esse levantamento continua até hoje e a lista está aumentando (Postagem-1, Postagem-2).

O referido artigo foi enviado a Revista Atualidades Ornitológicas e publicado na edição de Julho/Agosto de 2010 - n° 156, e pode ser acessado no seguinte link: http://www.ao.com.br/download/AO156_48.pdf.

"Jundiaí surge como força nacional em passarinhos"

"... Em vez de criadores em cativeiro, destaque agora é a variedade de aves em liberdade registradas por observadores e identificadas por eles ou pelo pioneiro WikiAves, o mais importante espaço eletrônico do país nessa área. Os dados mexem tanto com a conservação ambiental e urbana quanto com novas possibilidades para o ecoturismo ..."

reportagem de José Arnaldo de Oliveira no Jornal Bom Dia de Jundiaí

imagem: 

http://www.redebomdia.com.br/Noticias/Viva/33281/Cidade+surge+como+forca+nacional+em+passarinhos

veja a reportagem na íntegra clicando AQUI.

A reportagem contou com depoimentos do observador de aves, Reinaldo César de Oliveira Guedes, também criador do site WikiAves; do fotógrafo Roberto Gallacci e do ecólogo Renan Augusto Bonança, do GOAJ

Resultados do II Passarinhando no Parque da Cidade

No dia 02 de outubro de 2010 ocorreu no município de Jundiaí o II Passarinhando no Parque da Cidade. O encontro reuniu oito pessoas com a finalidade de observar a diversidade e os comportamentos das espécies de aves que se encontram neste local. O evento teve início às 6h30, quando iniciamos nossa caminhada pela pista à beira do lago partindo do estacionamento, e estendeu-se até às 8h45, tendo sido interrompido pela chuva. Contudo o mal tempo não afetou o nosso passeio e muito menos inibiu as aves de darem as caras. Ao todo foram observadas 39 espécies de aves compreendidas em 23 famílias. A lista completa das espécies observadas pode ser baixada aqui. Dentre as espécies observadas houve algumas que nos chamaram a atenção, como por exemplo um casal de papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva) que passou voando e vocalizando sobre nossas cabeças; um indivíduo de bico-chato-de-orelha-preta (Tolmomyias sulphurescens), que não havia sido registrado nesta localidade ainda; vários indivíduos de tesourinha (Tyrannus savana), um animal migratório que chegou recentemente no sudeste brasileiro vindo da região norte de nosso país, bem como o suiriri (Tyrannus melancholichus). Além disso muitos comportamentos de alimentação desses animais puderam ser observados, como manobras de captura de presa, busca, etc.

Tyrannus savana (tesourinha) sob o céu escuro do sábado de manhã.

Foto: Bruno Piato

Observar e conhecer a fauna de nossa região é muito importante para entendermos a importância da criação de parques ecológicos, reservas e efetuar trabalhos de conscientização da população quanto àquilo que temos em nosso quintal e muitas vezes não notamos. Os animais estão lá, se mostrando. Só cabe a nós irmos lá vê-los.

II Passarinhando no Parque da Cidade

No próximo sábado (dia 02/10/2010) em alusão ao Dia Da Ave, comemorado no dia 05 de Outubro, realizaremos o "II Passarinhando no Parque da Cidade". O evento é uma parceria do Grupo de Observação de Aves de Jundiaí e o Parque da Cidade de Jundiaí.

A concentração será no estacionamento às 6h30min. Sairemos caminhando pelo Parque e observando a Fauna Local.

Vamos passarinhar!!!

Novos Registros

No dia 19 de agosto fomos passarinhar novamente no Parque da Cidade.
Nas primeiras horas estava bastante frio, mas os bichos já estavam fazendo barulho, dando sinal de um dia animado. Conforme foi clareando, os animais se agitaram e pudemos observa-los em suas atividades diárias.

Dentre as espécies já registradas, contabilizamos 37 neste dia. Porém, tivemos a surpresa de somar duas espécies na nossa lista dos Parques de Jundiaí.

Em um abacateiro florido, vimos um casal de saí-azul (Dacnis cayana) remexendo as flores;

imagem: http://recicleblog.blogspot.com/2008/11/aves-brasileiras-v-sa-azul.html

     e em um novo espaço de plantio, com mudas de altura média de 1 metro, foi registrado o suiriri-pequeno (Satrapa icterophrys); 

Foto: Celi Aurora (http://www.flickr.com/photos/celiaurora/2806440750/sizes/l/in/photostream/)

Para observadores de aves e da natureza em geral, novos registros são de grande valia. A cada nova espécie cresce a vontade de preservar seu habitat e educar as pessoas para que esses momentos e registros se repitam cada vez mais. 

A escola e as aves

As aves podem ser um grande instrumento dentro das escolas. Elas podem ajudar tanto na questão da educação ambiental quanto nas outras disciplinas como a química, a biologia, a física, etc.

Foto: http://galeria.colorir.com/animais/aves/passaros-pintado-por-passaro-194455.html

Desde a educação infantil temos a presença das aves nas escolas, e as crianças desde cedo observam e se entusiasmam com o comportamento da avifauna. Trabalhava em uma escola de educação infantil e todos os dias recebíamos a visita de um beija-flor no campo. Eles adoravam observá-lo, saber seu nome, o que comem, etc. Tinha também um lago com peixes e sempre uma garça aparecia, as crianças gostavam muito. Aproveitava-me destas situações e tentava passar a eles algum conhecimento atrelado aquela experiência.

A prática de observar aves na escola e incluir a experiência ornitológica como conteúdo vêm crescendo. Alunos do Triângulo Mineiro, totalizando 15 mil, aprenderão sobre o universo das aves e do bioma Cerrado com a ajuda de uma cartilha disponibilizada pelo projeto Asas da Cultura. Esta cartilha, de autoria de Tomas Sigrist traz a ilustração de 300 espécies vistas no Cerrado e municípios de Minas Gerais e Goiás e será distribuída à alunos do ensino fundamental. Treinamento de observação e aulas serão disponibilizadas aos professores que receberão material especifico.

Foto: http://www.zaroio.com.br/br/imagem/25314/passaro_cabeca_crianca_olhando_binoculo/

O blog denominado As aves e a escola/Birds & School trata do tema e traz artigos que fazem uso das aves como artigo pedagógico. Artigos muito interessantes que relacionam as corujas com Picasso; a mecânica do vôo(aula de física); contos para crianças, entre outros.

Utilizando a criatividade, nós educadores podemos aproveitar o teatro, as aulas de arte(com reciclagem), o canto das aves, a plantação de mudas e flores que as atraem, a maneira de pularem e se locomoverem(aula de educação física) e até mesmo as situações e experiências corriqueiras para trabalhar com a educação ambiental.

Uma surpresa no vaso de casa

Uma prova da adaptação das aves no meio urbano é a alegria de ter um ninho em um vaso de casa. De repente vamos olhar a plantinha de casa é la esta a mamãe chocando os ovinhos.

Aconteceu assim com uma participante do Grupo de Observadores de Jundiaí. Uma Columbina talpacoti, com nome popular de rolinha roxa escolheu um vaso de flor de maio, quase que na porta de casa para ter os seus filhotes. A partir do momento da descoberta, até o presente momento acompanhamos a rolinha. Os filhotes nasceram no dia 07/07/2010 e na foto que segue eles estavam com 6 dias(13/07/2010):

Foto: Sueli Camargo Bonança

O texto de Gaston Bacchelard reproduzido abaixo descreve muito bem o que sente um humano amante da natureza ao encontrar um ninho dentro de sua residência:

"Ergo suavemente um galho; um pássaro está ali chocando os ovos. Não levanta vôo. Somente estremece um pouco. Tremo por fazê-lo tremer. Tenho medo que o pássaro que choca saiba que sou um homem, o ser que deixou de ter a confiança dos pássaros. Fico imóvel Lentamente se acalma – imagino eu! – o medo do pássaro e o meu medo de causar medo. Respiro melhor. Deixo o galho voltar ao seu lugar. Voltarei amanhã. Hoje, trago comigo uma alegria: os pássaros fizeram um ninho no meu jardim."

Cresce o número de aves ameaçadas de extinção no Estado de São Paulo

O livro “Fauna Ameaçada de Extinção no Estado de São Paulo – vertebrados”, também conhecido como “Livro Vermelho” foi lançado pela Secretaria do Meio Ambiente em parceria com a Fundação Parque Zoológico. O livro é uma importante ferramenta de combate ao tráfico e ao comércio ilegal de espécies.

Compõem a lista 436 espécies e subespécies – 17% do total de vertebrados conhecidos no Estado –. Destas, 86 foram consideradas quase ameaçadas, ou seja, que ainda não sofrem ameaças, mas demandam atenção para que não entrem nesta classificação.
A avifauna está presente no livro e conta com um capítulo explicativo, seguido de tabela de espécies ameaçadas e um anexo das espécies do Estado. No caso das aves, a primeira lista, publicada em 1998 (São Paulo, 1998), apontava 128 espécies ameaçadas de extinção no Estado, e nesta atualização foram categorizadas 171 espécies, correspondendo a aproximadamente 22% da avifauna do estado.
A análise desta lista indica que 69 espécies (40,3 %) enquadram-se na categoria de Criticamente ameaçadas de extinção sua área de ocorrência e outro grande contingente de espécies (40,3%) foi classificado como Vulnerável (VU).

Classificado como extinto no Estado de São Paulo
pato-mergulhão (mergus octosetaceus)
Foto: http://chc.cienciahoje.uol.com.br/banco-de-imagens/lg/web/images/chc-on-line/2009/148594a.jpg

A degradação das florestas e de outros ambientes naturais, seja pela intensa exploração das terras na região central e oeste do Estado para expansão das atividades agrícolas (e. g. cana-de-açúcar) e contaminação dos cursos d’água, seja pela pressão imobiliária nas áreas de floresta de baixada do litoral é apontada no livro como o principal fator de ameaça à avifauna paulista.

Os dois mil exemplares do livro vermelho da fauna paulista não serão comercializados. Para o download pela internet: http://www.ambiente.sp.gov.br/fauna/livro_vermelho2009.zip

Atrás do "OVNI"

Neste último dia 21 (quinta-feira) visitamos o lago do Bairro Eloy Chaves, que tem sido objeto de reportagens de Jornais locais em Jundiaí. Neste lago estão acontecendo obras de revitalização, transformando a área em um parque para o passeio da comunidade. O bairro fica próximo a Serra do Japi e é um interessante local para observar inúmeras espécies de aves.

Essa iniciativa aconteceu pela sugestão de um colega (morador do Eloy) , que quando nos encontrou, disse observar uma ave preta e diferente nas áreas de brejo do entorno do lago, que estava “desaparecendo” durante as obras. Num dia frio e de sol escondido, conseguimos observar o “OVNI” (apelido usado pelos ornitólogos e observadores de aves para espécies não identificadas) e identificá-lo.

Foto: MAX - garibaldi macho (Chrysomus ruficapillus)

O garibaldi (Chrysomus ruficapillus) também conhecido como dó-ré-mi, pássaro-do-arroz e acorda-nego (em Pernanbuco), é da família Icteridae (a mesma do pássaro-preto e do chopim). Esta ave tem o canto agradável e melodioso, assim como outros do seu grupo, sendo muito procurado por caçadores e gaioleiros e, por este motivo, tendo sua existência comprometida.

Fora o Garibaldi, em poucas horas observamos mais 17 espécies de aves: garça-branca-grande (Ardea alba), garça-branca-pequena (Egreta thula), ferreirinho-relógio (Todirostrum cinereum), frango-d'água-comum (Gallinula chloropus), quero-quero (Vanellus chilensis), pombão (Patagioenas picazuro), lavadeira-mascarada (Fluvicola nengeta), sabiá-barranco (Turdus leucomelas), biguatinga (Anhinga anhinga), biguá (Phalacrocorax brasilianus), cambacica (Coereba flaveola), sanhaçu-cinzento (Thraupis sayaca), choca-barrada (Thamnophilus doliatus), tico-tico (Zonotrichia capensis), corruíra (Troglodytes musculus), martim-pescador-grande (Megaceryle torquata), urubu-de-cabeça-preta (Coragyps atratus), e ainda duas espécies exóticas, provavelmente providas de fuga ou soltura de cativeiro, o pato-doméstico (Cairina moschata domestica)  e o “Bean Goose” – ganso-feijão - (Anser fabalis).